Blockchain: Potencial Disruptivo e Práticas de Implementação
O potencial disruptivo da tecnologia de blockchain é comparável, para muitos, ao que foi a Internet na segunda metade da década de 90. Trata-se potencialmente de uma tecnologia que mudará o estilo de vida da maioria da população mundial nos próximos 10 anos. Algumas previsões apontam para 10% do PIB mundial sendo transacionado com o suporte da blockchain.
Segundo o World Economic Forum (WEF), a tecnologia de blockchain já mobilizou, desde o seu surgimento, mais de 2.500 pedidos de patentes e cerca de US$ 1,4 bilhão em investimentos.
Blockchain tem o potencial de mudar a forma como percebemos, pensamos e utilizamos a Internet, ao mesmo tempo, trazendo também um retorno às origens da rede mundial, ou seja, um sistema descentralizado e igualitário. O que o grupo que adotou o pseudônimo Satoshi Nakamoto apresentou ao mundo em 2008 foi muito além de uma tecnologia que suportaria uma criptomoeda. De fato, se trata de uma nova forma de estabelecer um consenso sobre o conteúdo de um banco de dados sem que ninguém esteja em seu comando. Ao mesmo tempo, surgiu também uma forma de compensar as pessoas por ajudar a tornar esse banco de dados viável e cada vez mais confiável, uma vez que elas podem decidir fazer parte da rede disponibilizando seus recursos computacionais para que se tornem nós validadores das operações, tendo a possibilidade de serem compensadas de diferentes formas. Por exemplo, com unidades da moeda como ocorre no caso da “Bitcoin Blockchain”.
Essas duas ideias vêm sendo replicadas em dezenas de novos sistemas inspirados pelo Bitcoin. Um desses sistemas é o Ethereum projetado para ser uma rede blockchain que suportará uma grande diversidade de aplicações. Atualmente existem centenas de aplicativos Ethereum em desenvolvimento, desde clones do Facebook até serviços de crowdfunding.
Implementação
Diante de uma série de projetos com escopos abrangentes, como os que citamos anteriormente, empreendidos por exemplo por prefeituras, governos estaduais, entre outras instituições, é importante não se deixar intimidar e compreender que estamos tratando de uma tecnologia baseada em código aberto, portanto, acessível a todos desde que os requisitos de conhecimento para sua utilização sejam atendidos.
É razoável e sensato, para a maioria das empresas e instituições públicas, iniciarem suas incursões no mundo das blockchains com projetos-piloto de escopo reduzido. Nesse sentido, é importante mapear a necessidade de recursos computacionais que o projeto exigirá, possíveis entraves burocráticos, os benefícios esperados com a aplicação, e os requisitos de conhecimentos para sua execução. Alguns conhecimentos que fazem parte da construção da maioria das aplicações de blockchain são GitHub, Node JS, virtualização, JavaScript, JSON e Golang, além de experiência em arquitetura de rede, criptografia e conexão P2P.
Nos próximos anos observaremos a utilização de dois tipos de redes de blockchain: públicas e privadas. Veremos empresas tomarem a decisão de adotarem redes privadas abrangendo subsidiárias, filiais, parceiros de negócios e clientes. O mesmo deverá ocorrer com a administração pública que construirá redes de blockchain integrando contribuintes, órgãos de diferentes instâncias e atribuições, e seus fornecedores. A diferença entre as blockchains públicas e privadas está somente em quem poderá fazer parte de cada uma das redes.
Por sua vez, as redes públicas de blockchain serão largamente utilizadas para uma série de aplicações como registros de direitos autorais, compra e venda de produtos, votações, entre muitas outras.
No caso das redes públicas de blockchain qualquer pessoa ou instituição pode participar. Veremos que em muitos casos haverá algum tipo de incentivo para que diferentes agentes participem da rede, como ocorre atualmente com a “Bitcoin Blockchain”. Uma das desvantagens deste tipo de blockchain é a quantidade de recursos computacionais necessários para manter o banco de dados distribuído, o que pode implicar em um tempo maior para que o consenso sobre uma operação seja atingido, e para que todos os novos registros sejam gravados em todos os nós da rede.
As redes privadas de blockchain requerem uma permissão para a participação ou um convite. O controle do acesso poderá ser exercido de diversas formas, por exemplo, por uma empresa específica, o criador da rede, um grupo de administradores, os participantes atuais ou uma autoridade pública. Esse tipo de rede oferece grande capacidade de escalabilidade e processamento dos registros.
Com este post encerramos a série deste ano sobre Blockchain. Caso não tenha lido as postagens anteriores desta série, acesse os conteúdos sobre o panorama de utilização e perspectivas para a tecnologia de blockchain e as aplicações atuais desta tecnologia.
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