Cloud Computing: Desafios e melhores práticas
Migrar para o modelo cloud não se resume a simplesmente levar todo o conteúdo do data center para a nuvem. A tecnologia traz uma série de questionamentos, envolvendo desde os aspectos mais simples, como a escolha do modelo ideal e o momento certo de migração, até os mais complexos, como o monitoramento da segurança de dados e a necessidade de mudar a infraestrutura, sem afetar o atendimento. Ainda, é preciso avaliar quais aplicações podem ser substituídas por software como serviço (SaaS), remodeladas ou recriadas.
Nem todos os projetos podem utilizar serviços em nuvem por questões regulamentares, de segurança ou até mesmo pelo alto valor a ser investido nas iniciativas. Além disso, muitas empresas não contam com profissionais habilitados para gerenciar essa implantação.
A avaliação precisa e clara de todo o ambiente atual de tecnologia, incluindo infraestrutura e aplicações, e o desenvolvimento de um plano de migração gradual para a nuvem constitui atualmente o maior desafio para as empresas adotarem o modelo de cloud computing, especialmente entre as de maior porte, que são aquelas que possuem normalmente um legado maior de aplicações, muitas delas totalmente customizadas para suas realidades, o que torna ainda mais complexo o processo de mudança.
Outro desafio da migração para o Cloud Computing é a formação de um novo perfil profissional de tecnologia da informação (TI). Este terá também que se transformar num expert em diversas áreas, seja na criação de apps, na análise de dados não estruturados ou na elaboração de um plano de expansão da matriz e suporte a filiais da empresa onde trabalha, por exemplo. Além de acompanhar as novidades em relação ao desenvolvimento de produtos e soluções, participará das tomadas de decisões junto aos gestores, e, o mais importante, lidando com diferentes ambientes de TI.
Melhores Práticas
Muitos profissionais de segurança são altamente céticos sobre a segurança de serviços e a infraestrutura baseadas na nuvem. Nesse sentido, algumas práticas e diretrizes são recomendadas para aproveitar seus pontos fortes e superar questões que, tradicionalmente, foram rotuladas como fraquezas.
Uma delas é a capacidade de criptografar dados confidenciais, tanto quando estes estão estáticos, quanto na transmissão através de uma rede. É a única maneira de cumprir com confiança as políticas de privacidade, requisitos regulamentares e obrigações contratuais para o tratamento de dados sensíveis. Os dados armazenados em discos na nuvem devem ser criptografados usando o AES-256 (padrão de criptografia avançada) e as chaves devem ser criptografadas com um conjunto de chaves-mestras, trocadas regularmente.
É importante ter controles de privacidade sobre quem pode acessar os dados da empresa e por quanto tempo estes poderão ser utilizados. Além de assegurar que o provedor de serviços tenha controles de manutenção e gerenciamento para garantir que o sistema esteja sempre protegido e atualizado com os mais recentes patches de segurança.
Os testes de vulnerabilidade devem ser rigorosos e contínuos. O provedor de serviços em nuvem deve empregar ferramentas de resposta a incidentes e vulnerabilidades líderes de mercado. Por exemplo, ferramentas de resposta a incidentes que permitam avaliações de segurança automatizadas e que possam identificar e testar as vulnerabilidades dos sistemas.
Outra prática recomendada é ter uma política de exclusão de dados definida e aplicada. Após o período de retenção de dados de um cliente (conforme especificado em um contrato) ter terminado, os dados devem ser excluídos programaticamente.
No contexto geral, as empresas ainda precisam obter muito conhecimento para se transformarem digitalmente, e isso não ocorrerá tão rapidamente. Por um bom tempo, presenciaremos a convivência de ambientes híbridos. Por isso, optar por delegar todo esse processo a um provedor de serviços de nuvem, o qual ofereça os profissionais certos e capacitados, a fim de atender a todas essas tarefas, tem sido uma alternativa atraente para que os gestores possam alcançar seus objetivos.
No próximo post encerraremos esta série abordando as principais tendências e transformações relacionadas à computação em nuvem.
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